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Amor: Surge ou a gente constrói?

Em matéria de amor vocês podem ter certeza, quem vos fala é uma expert. Não por ter vivido um grande amor, mas por ter tido vários meios-amores.




Aqueles, amantes da paixão e que acreditam num amor verdadeiro e eterno como eu, devem perceber como estamos sempre rodeados de amores perfeitos: aqueles das novelas, dos filmes, dos comerciais, aqueles que todo mundo quer ter. São amores essencialmente recíprocos, (algo raro, geralmente, no casal, sempre um dos lados gosta mais do outro, mas estão acomodados com a vida a dois e seguem assim mesmo)- Olha eu atacando de consultora amorosa- haha. Amores que deslocam o homem atrás de uma mulher seja lá onde ela estiver (raríssimos), amores que usam poemas para conquista do amado, amores que não precisam de jogo duro, bancar a difícil para conquistar o amado, amores que simplesmente acontecem, fluem e nenhum dos dois tem medo de se entregar e amar.



Infelizmente, sabemos que tudo isso citado acima é cada vez mais raro nos dias de hoje. E aí me veio a questão do porquê isso passou acontecer. Por que o romantismo morreu? Por que as pessoas tem se contentado cada vez mais com a vida solteira e consigo? Por que há tanto receio e desconfiança? Estamos numa disputa?



Vou citar algumas de minhas experiências (todas falhas) para tentar dar um parâmetro a discussão. Acredito que toda mulher tem seu primeiro amor, e o amor da sua vida, que podem ser os dois numa pessoa só. No meu caso eu já tive meu primeiro amor, aquele que tirou meus pés do chão, que eu amei com todas as forças e fiz todos os planos possíveis com ele. Eu tinha a plena certeza de que ficaríamos juntos para sempre e se quer passava pela minha cabeça uma vida sem ele. Foi um amor recíproco nos primeiros meses, mas que no final, vinha de um lado só, o meu claro, porque eu nunca ouvi falar num homem que tenha saído mal de um relacionamento.


E quando a gente vive o primeiro amor, claro, vive a primeira decepção amorosa. Que pra mim, é uma vacina que toda mulher tem que tomar. Sim, toda mulher tem que sofrer na mão de um cafageste que vai jurá-la amor eterno e depois terminar. Pra aprender que isso, não existe.



Ela vai chorar, sofrer, emagrecer, passar dias, meses relembrando o seu rosto, sua voz, vai morrer de saudade do seu abraço, de tudo. Mas graças a Deus, como vovó já dizia "o tempo é o melhor remédio" e melhor do que o tempo para curar a dor da desilusão, é aprender e amadurecer, a cada tombo que levamos. É se tornar uma mulher mais esperta, mais confiante, e que aprende que novas pessoas sempre entram em nossas vidas, querendo nós ou não.



Ou seja meninas, nunca desistam de sua vida e de seus sonhos por causa de um “amor”, porque este, não existe.



-Meu Deeus o amor eterno não existe??? Não amiga, sinto-lhe informar. Duas pessoas podem viver juntas e felizes pelo resto de suas vidas, se amando, porém não eternamente, porque afinal de contas, o ser humano não é imortal. Bom, se o amor eterno não existe, um amor pra vida toda também é quaaase inexistente nos dias de hoje, basta ver o número de divórcios que só vem aumentando ultimamente. Uma lástima, para românticos como eu, que sonham envelhecer numa cadeirinha de balanço com seu velho amor do lado.



Então, diante destas constatações, penso que tudo isso é decorrência da vida contemporânea, do consumismo e do conceito de felicidade e amor.



As pessoas têm cada vez mais dado prioridade a outros objetivos muito mais importantes do que se casar e formar família. Primeiro eles querem ser muito bem sucedidos profissionalmente, viajar o mundo inteiro e esbanjar sua fotos por e-mail para os amigos. Andar bem vestido e cheiroso, num carrão e estar em todas as festas para que todos possam morrer de inveja.



Então, quando ele enjoa dessa vida vazia, ele pensa em dividir sua fortuna com alguém, casa-se, tem filhos, paga a escola das crianças, volta do trabalho e janta a comida preparada pela esposa. Aí diante de toda essa monotonia começam as brigas, e na primeira briga mais feia, ele pede divórcio logo, paga a pensão e que se dane! Próxima!



E é por isso que eu me pergunto: Será que de fato existe amor conjugal, por uma pessoa que não temos laços sanguíneos?

Eu acredito no amor de pai pra filho, de avô pra neto, de mãe pra filho adotivo, mas no amor entre duas pessoas diferentes, tenho acreditado cada vez menos. Calma, não sou uma descrente revoltada com seus relacionamentos fracassados, muito pelo contrário, sou do time do "felizes para sempre", mas as seguidas decepções, e a análise de relacionamentos afetivos que conheço que "dão certo", me levam a crer que, o que move a convivência a dois, é o conforto e a segurança que o outro passa.



Aprendemos a gostar de uma determinada pessoa um pouco mais do que as outras porque ela nos faz bem, assim como um roupa nova que te deixa mais atraente. Sim, é isso mesmo, estou comparando amar uma pessoa à felicidade de uma roupa nova, ou a boa sensação que uma música pode trazer, ou a um delicioso banho de piscina num dia quente de verão.



O que faz você querer ter aquela pessoa junto a você, não só algumas horas por dia no trabalho, como um amigo, é a certeza do bem-estar que ela vai te proporcionar, independente de tudo, seja na hora de dividir uma alegria, uma angústia, o prazer, um problema. Na verdade, o "amado" é aquele amigo que você pode contar um pouco mais além da conversa, é aquele que você pode beijar e abraçar, e com isso produzir endorfina no cérebro, proporcionando a sensação de prazer e felicidade.



É isso! Amor é endorfina! Não é nada sobrenatural, e glamourizado como nas músicas e nos poemas. Até porque, eu fico pensando: na pré-história, o homem era monogâmico? Ele dizia pra sua amada: "uga uga eu te amo?" Não! O homem era como os animais, obedeciam a seus instintos naturais de reprodução e prazer, e essa era a única coisa que sabiam que sentiam por outra pessoa. Não tinha essa coisa de dizer: "eu te amooo, não posso viver sem você", porque isso é coisa dos tempos modernos, com a fundação de igreja, e o conceito do casamento, pra por uma ordem na casa né? Se não, a sociedade não conseguiria se organizar como é -ram ram- organizada hoje. Seríamos como uma colônia de formigas, porque assim como elas nos submetemos a um sistema, porém sempre tem um maluco metido a rainha.



Qualquer um que já teve aula de sociologia sabe que a família é o organismo mais primitivo da sociedade e a partir dele que ela começou a se estruturar, e nós a evoluirmos.

Então para finalizar, gostaria de dizer aqui para todos vocês, que querem ou não viver uma vida a dois. Viva feliz do jeito que as coisas são. Não busque NUNCA a felicidade no outro, procure em você, AME a si próprio, porém, nunca pratique o EGOÍSMO. Dê amor (carinho, companheirismo, compreensão), queira dividir isso com alguém o máximo de tempo possível, porque assim como chocolate após o sexo, amor ao próximo pode produzir muuuuita endorfina! :D
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